QUATRO TEMPOS
EM 4 RODAS

OBRIGADO WILSINHO!

Publicado em 29/02/20244 Tempos em 4 Rodas 096

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Crédito da Imagem: Hoch Zwei/Corbis - Getty Images

Não é uma notícia boa de se dar, mas vale lembrar as boas coisas feitas em vida.

Wilson Fittipaldi Júnior, o nosso piloto Wilsinho ou TIGRÃO, se preferir, nos deixou aos 80 anos, após um triste acidente doméstico, ao "engasgar" num almoço com a família.
Foi uma figura conhecida do automobilismo que fez muito junto com seu irmão, Emerson Fittipaldi.
Acho que posso dizer que devemos à família Fittipaldi o envolvimento do Brasil na Fórmula um e na maioria das modalidades de automobilismo, começando com o pai, o Barão Fittipaldi, um grande radialista que foi pioneiro na transmissão de corridas de automóvel e dos irmãos Wilson e Emerson, que tanto fizeram para trazer o automobilismo para o público brasileiro e por todo o incentivo aos pilotos nacionais, mostrando que era possível e que não devíamos nada para país nenhum neste esporte.

Mas pra falar do Wilsinho, acho que temos que falar do seu grande passo na Fórmula 1, que foi a criação de uma equipe brasileira, que foi a Copersucar Fittipaldi.
Iniciando em 1975, a equipe teve ótimos momentos, conseguindo alcançar números de performance maiores que muitas equipes conhecidas, como Lola, Toleman e Minardi. Haviam muitas vantagens em termos uma equipe brasileira de Fórmula 1, e, caso isto tivesse continuado, teríamos muitas consequências boas para o Brasil.
Antes de ser um esporte elitista, o que é a consideração de muitos, a categoria é um grande laboratório, muito competitivo, entre fabricantes de automóveis, tendo contribuído para o melhoramento dos automóveis de linha, tanto em sua eficiência como em segurança. Existem vários componentes, como freios ABS e muitos outros itens, tecnologia de todo tipo que, antes de ser adotada na fabricação dos veículos é testada e retestada nas pistas.

Por incrível que pareça, a equipe Fittipaldi foi massacrada pela imprensa da época, sendo tratada como uma equipe falida, uma tentativa falha de se ter algo que o Brasil nunca conseguiria.
Aí podemos dizer que a "síndrome de vira-latas", que é uma doença que atinge muitos brasileiros, atrapalhou extremamente a tentativa e a grande iniciativa do Wilsinho. Com isso perdemos para o Brasil grande desenvolvimento tecnológico, uma eventual independência na indústria automotiva, fora a geração de empregos que tudo isso poderia nos ter trazido.
O pensamento derrotista de que não conseguimos o que outros países conseguem não era o que pensava Wilsinho.
Independente de qualquer coisa, Wilson Fittipaldi Júnior mostrou que é possível fazer e desenvolver o que quisermos.

Espero que ainda tenhamos alguém no automobilismo brasileiro que seja perseverante e que pense como o Tigrão.

O que nos resta dizer agora é: "Obrigado Wilsinho!"

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